Lugar 8-C
NUNO LOPES
(Excerto de depoimento de testemunha ocular do incidente na loja da Companhia Aérea Nós na Av. da Liberdade, número 274)
O homem entrou a correr dentro da loja, como se estivesse a fugir de alguém, e escondeu-se junto do balcão. Depois voltou a levantar-se, foi junto da porta, espreitou e voltou a esconder-se. Eu perguntei-lhe se ele estava bem. Ele disse "sim, sim" e ficou ali, a tremer as pernas e a morder a mão (...) eu aproximei-me dele e perguntei se precisava de ajuda, ele perguntou se podia ficar só ali durante um bocado, e eu respondi-lhe que sim. A minha colega Suzete trouxe-lhe um copo de àgua, mas ele não bebeu. Ficou pelo menos uma meia hora sem se mexer. (...) De repente a minha colega perguntou-lhe qualquer coisa e ele levantou-se, pegou no computador dela e atirou-o ao chão. Foi quando chamaram a polícia. Eu corri para ele e agarrei-o com a ajuda do Rúben, o segurança, enquanto ele esperneava e gritava. Nós imobilizámo-lo, ele ficou calmo, fechou os olhos e depois ficou normal. Sentou-se numa cadeira pediu desculpa e ficou calado. Eu aproximei-me dele, passado um pouco começou a chorar e começou a dizer que tinha medo. E depois disse "às vezes tenho tanto medo de nunca chegar a ganhar um óscar, porque este país é tão pequeno e é tão difícil ser se reconhecido". E eu até o compreendo, mas (...)
(Excerto de depoimento de testemunha ocular do incidente na loja da Companhia Aérea Nós na Av. da Liberdade, número 274)
O homem entrou a correr dentro da loja, como se estivesse a fugir de alguém, e escondeu-se junto do balcão. Depois voltou a levantar-se, foi junto da porta, espreitou e voltou a esconder-se. Eu perguntei-lhe se ele estava bem. Ele disse "sim, sim" e ficou ali, a tremer as pernas e a morder a mão (...) eu aproximei-me dele e perguntei se precisava de ajuda, ele perguntou se podia ficar só ali durante um bocado, e eu respondi-lhe que sim. A minha colega Suzete trouxe-lhe um copo de àgua, mas ele não bebeu. Ficou pelo menos uma meia hora sem se mexer. (...) De repente a minha colega perguntou-lhe qualquer coisa e ele levantou-se, pegou no computador dela e atirou-o ao chão. Foi quando chamaram a polícia. Eu corri para ele e agarrei-o com a ajuda do Rúben, o segurança, enquanto ele esperneava e gritava. Nós imobilizámo-lo, ele ficou calmo, fechou os olhos e depois ficou normal. Sentou-se numa cadeira pediu desculpa e ficou calado. Eu aproximei-me dele, passado um pouco começou a chorar e começou a dizer que tinha medo. E depois disse "às vezes tenho tanto medo de nunca chegar a ganhar um óscar, porque este país é tão pequeno e é tão difícil ser se reconhecido". E eu até o compreendo, mas (...)
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