Monday, August 08, 2011
Tuesday, November 14, 2006
Lugar 21-B
LUCIANA ABREU aka FLORIBELLA
(excerto de chamada telefónica, a seguir à qual Flor, perdão, Luciana Abreu ficou neste estado)
(...)
L.A.- Eia, ri-fixe!
Nós- Em que nome fica a reserva?
L.A.- Fluôribéla!
Nós- Vou precisar do seu nome verdadeiro.
L.A.- O mieu nuome é Fluôribéla.
Nós- Não, peço desculpa, mas essa é o nome da personagem que interpreta na televisão, eu preciso do seu nome verdadeiro.
L.A.- Ai, o mieu nuome, o mieu nuome tuodo?
Nós- Sim, pelos menos o primeiro e o último nome.
L.A.- Portántos, Fluôr Baliente.
Nós- Como?
L.A.- Portántos, o mieu primêiro nuome é Fluôr...
Nós- Não, não, não, não. O seu nome não é Flôr!
L.A.- O mieu nuome é Fluôr, sim senhuora.
Nós- Você chama-se... Liliana, ou lá o que é!
L.A.- Não sei porquiê que me está a tratare assim, masieu não soue Liliána, ieu chámo-me Fluôr.
Nós- Eu não a queria ofender, mas sabe que a Floribella não existe, é uma personagem da televisão, que você interpreta.
L.A.- Existe, existe. Soue ieue, ieu soue a Fluôribéla, ieu sei cantáre. Porquiê que bocê está a sier má pra mim... snif...
Nós- Eu não estou a ser má para você, mas sabe que existe uma coisa chamada realidade.
L.A.- ...snif...snif...
Nós- Por favor, não chore.
L.A.- ...snif...
(...)
(excerto de chamada telefónica, a seguir à qual Flor, perdão, Luciana Abreu ficou neste estado)
(...)
L.A.- Eia, ri-fixe!
Nós- Em que nome fica a reserva?
L.A.- Fluôribéla!
Nós- Vou precisar do seu nome verdadeiro.
L.A.- O mieu nuome é Fluôribéla.
Nós- Não, peço desculpa, mas essa é o nome da personagem que interpreta na televisão, eu preciso do seu nome verdadeiro.
L.A.- Ai, o mieu nuome, o mieu nuome tuodo?
Nós- Sim, pelos menos o primeiro e o último nome.
L.A.- Portántos, Fluôr Baliente.
Nós- Como?
L.A.- Portántos, o mieu primêiro nuome é Fluôr...
Nós- Não, não, não, não. O seu nome não é Flôr!
L.A.- O mieu nuome é Fluôr, sim senhuora.
Nós- Você chama-se... Liliana, ou lá o que é!
L.A.- Não sei porquiê que me está a tratare assim, masieu não soue Liliána, ieu chámo-me Fluôr.
Nós- Eu não a queria ofender, mas sabe que a Floribella não existe, é uma personagem da televisão, que você interpreta.
L.A.- Existe, existe. Soue ieue, ieu soue a Fluôribéla, ieu sei cantáre. Porquiê que bocê está a sier má pra mim... snif...
Nós- Eu não estou a ser má para você, mas sabe que existe uma coisa chamada realidade.
L.A.- ...snif...snif...
Nós- Por favor, não chore.
L.A.- ...snif...
(...)
Sunday, November 12, 2006
Lugar 21-A
ANA ISABEL STRINDBERG
(excerto de conversa telefónica)
(...)
A.I.S.- Mas como, só têm lugares em turística?
Nós- Como já lhe expliquei, todos os lugares em 1st class e em business estão ocupados.
A.I.S.- Mas você sabe quem eu sou?!
Nós- Disse que se chamava Ana Isabel...
A.I.S.- Você sabe quem eu sou?!
Nós- Peço desculpa, mas receio não saber quem é a senhora.
A.I.S.- Ana Isabel Strindberg!
Nós- pois... é da família do Strindberg?...
A.I.S.- Não! Não sou NADA importante! Eu sou das pessoas mais importantes do panorama cinemático português!
Nós- ...cinematográfico?
A.I.S.- Cinemático, cinematográfico e cinéfilo!
Nós- pois... achei que a pessoa MAIS importante ainda fosse, apesar de tudo, o Sr. Manoel de Oliveira...
A.I.S.- Á parte do Manoel de Oliveira!
Nós- Ou talvez o Paulo Branco...
A.I.S.- Mas qual Paulo Branco! Acha que eu sou produtora! Eu sou uma defensora do cinema, e do documentário!
Nós- Ou o Pedro Costa...
A.I.S.- Mas Pedro Costa o quê?! Estou a falar de filmes com público, eu encho sempre as salas! Nem que precise de pagar às pessoas para ir ao festival!
Nós- Pois... De facto, não estou a ver quem a senhora é.
A.I.S.- Eu sou a directora do maior festival de cinema de Potugal!
Nós- Do Fantasporto?
A.I.S.- Do Doc Lisboa!
Nós- Ah... Pois, só temos lugares em turística.
(...)
(excerto de conversa telefónica)
(...)
A.I.S.- Mas como, só têm lugares em turística?
Nós- Como já lhe expliquei, todos os lugares em 1st class e em business estão ocupados.
A.I.S.- Mas você sabe quem eu sou?!
Nós- Disse que se chamava Ana Isabel...
A.I.S.- Você sabe quem eu sou?!
Nós- Peço desculpa, mas receio não saber quem é a senhora.
A.I.S.- Ana Isabel Strindberg!
Nós- pois... é da família do Strindberg?...
A.I.S.- Não! Não sou NADA importante! Eu sou das pessoas mais importantes do panorama cinemático português!
Nós- ...cinematográfico?
A.I.S.- Cinemático, cinematográfico e cinéfilo!
Nós- pois... achei que a pessoa MAIS importante ainda fosse, apesar de tudo, o Sr. Manoel de Oliveira...
A.I.S.- Á parte do Manoel de Oliveira!
Nós- Ou talvez o Paulo Branco...
A.I.S.- Mas qual Paulo Branco! Acha que eu sou produtora! Eu sou uma defensora do cinema, e do documentário!
Nós- Ou o Pedro Costa...
A.I.S.- Mas Pedro Costa o quê?! Estou a falar de filmes com público, eu encho sempre as salas! Nem que precise de pagar às pessoas para ir ao festival!
Nós- Pois... De facto, não estou a ver quem a senhora é.
A.I.S.- Eu sou a directora do maior festival de cinema de Potugal!
Nós- Do Fantasporto?
A.I.S.- Do Doc Lisboa!
Nós- Ah... Pois, só temos lugares em turística.
(...)
Wednesday, November 08, 2006
Lugar 20-E + 20-F
JULIÃO SARMENTO
+
ANA CRISTINA OLIVEIRA
(excerto de mail)
(...)
A performance será filmada para futura venda para museus nacionais e estrangeiros e consistirá numa hospedeira de avião, interpretada pela Ana Cristina Oliveira, que empurrará um carrinho que transportará as refeições, num avião cheio de passageiros. Ela despir-se-á e do carrinho tirará uma serpente que penetrará a sua boca. Os passageiros manter-se-ão impassíveis ao que se passa, pois representam a sociedade apática em que vivemos. (...) junto envio foto de um teste de imagem que fiz, com o director de fotografia Eduardo Serra, no meu quintal.
+
ANA CRISTINA OLIVEIRA
(excerto de mail)
(...)
A performance será filmada para futura venda para museus nacionais e estrangeiros e consistirá numa hospedeira de avião, interpretada pela Ana Cristina Oliveira, que empurrará um carrinho que transportará as refeições, num avião cheio de passageiros. Ela despir-se-á e do carrinho tirará uma serpente que penetrará a sua boca. Os passageiros manter-se-ão impassíveis ao que se passa, pois representam a sociedade apática em que vivemos. (...) junto envio foto de um teste de imagem que fiz, com o director de fotografia Eduardo Serra, no meu quintal.
Lugar 20-D
LUÍS REPRESAS
(expressão no rosto de Luís Represas, quando lhe dissemos "já cortava esse cabelinho...")
(...)
Nós- Fica portanto confirmada a sua reserva.
L.R.- Pronto, então fica confirmado.
Nós- Posso lhe ser útil em mais alguma questão.
L.R.- Pois... Não...acho que é tudo. Acha que me pode ser útil em mais alguma coisa?
Nós- ...sinceramente?
L.R.- huh... sim, sinceramente...
Nós- Já cortava esse cabelinho...
L.R.- ... (sorriso amarelo: ver foto)
Nós- Com todo o respeito, esse cabelinho sedoso de beto que o senhor usa desde '72...
L.R.- ... (sorriso tipo Ken: ver foto)
Nós- ...já levava uma cortadela.
(...)
(expressão no rosto de Luís Represas, quando lhe dissemos "já cortava esse cabelinho...")
(...)
Nós- Fica portanto confirmada a sua reserva.
L.R.- Pronto, então fica confirmado.
Nós- Posso lhe ser útil em mais alguma questão.
L.R.- Pois... Não...acho que é tudo. Acha que me pode ser útil em mais alguma coisa?
Nós- ...sinceramente?
L.R.- huh... sim, sinceramente...
Nós- Já cortava esse cabelinho...
L.R.- ... (sorriso amarelo: ver foto)
Nós- Com todo o respeito, esse cabelinho sedoso de beto que o senhor usa desde '72...
L.R.- ... (sorriso tipo Ken: ver foto)
Nós- ...já levava uma cortadela.
(...)
Lugar 20-C
FERNANDO ALVIM
(expressão no rosto de Fernando Alvim, quando lhe dissemos que "por motivos de segurança, era aconselhável que o Sr. Alvim, lavasse o cabelo, pelo menos uns dias antes da viagem.")
(...)
Nós- Por motivos de segurança, era aconselhável que o Sr. Alvim, lavasse o cabelo, pelo menos uns dias antes da viagem.
F.A.- ... ?!
(expressão no rosto de Fernando Alvim, quando lhe dissemos que "por motivos de segurança, era aconselhável que o Sr. Alvim, lavasse o cabelo, pelo menos uns dias antes da viagem.")
(...)
Nós- Por motivos de segurança, era aconselhável que o Sr. Alvim, lavasse o cabelo, pelo menos uns dias antes da viagem.
F.A.- ... ?!
Wednesday, November 01, 2006
Lugar 21-C + 21-D + 21-E
VALENTIM LOUREIRO
+
RICARDO E PEDRO GUEDES
(excerto de conversa telefónica)
(...)
V.L.- Mas veja lá, que eu quero ficar no meio! Bem entaladinho!
Nós- Nunca ficará muito junto dos dois, porque em Business os lugares são bastante espaçosos e agrupados dois a dois.
V.L.- Ai caralho, isso é que não. Eu quero ficar com um de cada lado, porque eu tenho medo de voar e preciso que alguém me agarre a mão. As mãos!
Nós- A não ser que prefira ir em Tourist, e aí posso sentá-los juntos.
V.L.-Juntinhos, ó caralho.
Nós- Posso lhe dizer que vai inaugurar a os nossos lugares Tourist.
V.L.- Eles são uns anjinhos, he he!
Nós- Ficará portanto com os lugares 21-C, 21-D e 21-E.
V.L.- Se ao menos os vossos comissários de bordo se vestissem assim, he he, só com umas asinhas, he he.
Nós- Tem preferência se quer o Pedro ou o Ricardo à sua esquerda ou à sua direita.
V.L.- Eu sei que um deles vai mais para a direita, vai...
+
RICARDO E PEDRO GUEDES
(excerto de conversa telefónica)
(...)
V.L.- Mas veja lá, que eu quero ficar no meio! Bem entaladinho!
Nós- Nunca ficará muito junto dos dois, porque em Business os lugares são bastante espaçosos e agrupados dois a dois.
V.L.- Ai caralho, isso é que não. Eu quero ficar com um de cada lado, porque eu tenho medo de voar e preciso que alguém me agarre a mão. As mãos!
Nós- A não ser que prefira ir em Tourist, e aí posso sentá-los juntos.
V.L.-Juntinhos, ó caralho.
Nós- Posso lhe dizer que vai inaugurar a os nossos lugares Tourist.
V.L.- Eles são uns anjinhos, he he!
Nós- Ficará portanto com os lugares 21-C, 21-D e 21-E.
V.L.- Se ao menos os vossos comissários de bordo se vestissem assim, he he, só com umas asinhas, he he.
Nós- Tem preferência se quer o Pedro ou o Ricardo à sua esquerda ou à sua direita.
V.L.- Eu sei que um deles vai mais para a direita, vai...
Tuesday, October 31, 2006
Lugar 19-E + 19-F + 20-A + 20-B
RICARDO ARAÚJO PEREIRA
+
MIGUEL GÓIS
+
TIAGO DORES
+
ZÉ DIOGO QUINTELA
(excerto de várias chamadas telefónicas)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Elisa.
R.A.P.- boa tarde, coiso e tal...
Nós- ai, não...(desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
M.G.- é boa tarde e depois é à esquerda e dep...
Nós- o quê?(desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
T.D.- está a falar, ou está a...
Nós- (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
Z.D.Q.- o QUÊ?
Nós- (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ricardo Bruno.
R.A.P.- KUNAMI...
Nós- ...foda-se! (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
Z.D.Q.- falam, fa...
Nós- (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
R.A.P.- Vocês...
Nós- Ai o caralho! (desliga)
(...)
+
MIGUEL GÓIS
+
TIAGO DORES
+
ZÉ DIOGO QUINTELA
(excerto de várias chamadas telefónicas)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Elisa.
R.A.P.- boa tarde, coiso e tal...
Nós- ai, não...(desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
M.G.- é boa tarde e depois é à esquerda e dep...
Nós- o quê?(desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
T.D.- está a falar, ou está a...
Nós- (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
Z.D.Q.- o QUÊ?
Nós- (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ricardo Bruno.
R.A.P.- KUNAMI...
Nós- ...foda-se! (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
Z.D.Q.- falam, fa...
Nós- (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
R.A.P.- Vocês...
Nós- Ai o caralho! (desliga)
(...)
Lugar 19-E + 19-F
RICARDO ARAÚJO PEREIRA
+
MIGUEL GÓIS
(mail enviado pelo "Gato" Miguel Góis e assinado Ricardo Araújo Pereira e aquele que tem uma cara mais esquisita e que as pessoas nunca conseguem muito bem identificar)
Olá, tás a ver, e tal. coiso, pronto.
A gente, nós... Nós são vocês. Somos nós. Samos todos.
A gente queriamos ir no vosso aerotransportável. Coiso e tal, tal e tal...
A gente távamos a pensar que podíamos dar-vos umas fotos e uns ortografos, assim como esta aqui deste puto, coiso e tal.
Quer dizer, a foto é igual, vocês recortam a vossa cara e poiem no sítio que quiserem
Prontos.
Ricardo Araújo Pereira e aquele que tem uma cara mais esquisita e que as pessoas nunca conseguem muito bem identificar
+
MIGUEL GÓIS
(mail enviado pelo "Gato" Miguel Góis e assinado Ricardo Araújo Pereira e aquele que tem uma cara mais esquisita e que as pessoas nunca conseguem muito bem identificar)
Olá, tás a ver, e tal. coiso, pronto.
A gente, nós... Nós são vocês. Somos nós. Samos todos.
A gente queriamos ir no vosso aerotransportável. Coiso e tal, tal e tal...
A gente távamos a pensar que podíamos dar-vos umas fotos e uns ortografos, assim como esta aqui deste puto, coiso e tal.
Quer dizer, a foto é igual, vocês recortam a vossa cara e poiem no sítio que quiserem
Prontos.
Ricardo Araújo Pereira e aquele que tem uma cara mais esquisita e que as pessoas nunca conseguem muito bem identificar
Lugar 19-D
MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTO
(excerto de conversa telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
M.J.N.P.- Vocês são a sério?
Nós- Perdão?
M.J.N.P.- Eu estive a ver o vosso site e quero saber se vocês são a sério?
Nós- Nós sim, somos muito a sério.
M.J.N.P.- O vosso voo é a sério?
Nós- Sim senhora, o nosso voo é a sério.
M.J.N.P.- Parece-me tudo muito EXTRA-ordinário.
Nós- Perdão?
M.J.N.P.- A viagem extraordinariamente invulgar Lisboa-Lisboa, é a sério?
Nós- Posso lhe garantir que o voo Lisboa-Lisboa é a sério e que vai ser com certeza de um êxito estrondoso.
M.J.N.P.- EU SOU UMA PESSOA SÉRIA!
Nós- Não duvido minha senhora.
M.J.N.P.- VOCÊ ESTÁ A GOZAR COMIGO?
Nós- Com certeza que não minha senhora.
M.J.N.P.- Arranje-me um lugar. AO LADO DE GENTE SÉRIA!
Nós- Desculpe, mas não precisa de gritar, consigo ouvi-la perfeitamente.
M.J.N.P.- ESTÁ A GOZAR COM A MINHA CARA? EU SOU UMA PESSOA SÉRIA!
Nós- ...peço desculpa...
M.J.N.P.- PONHA-ME NUM LUGAR SÉRIO; RODEADA DE GENTE SÉRIA!
(...)
(excerto de conversa telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com o Ruben.
M.J.N.P.- Vocês são a sério?
Nós- Perdão?
M.J.N.P.- Eu estive a ver o vosso site e quero saber se vocês são a sério?
Nós- Nós sim, somos muito a sério.
M.J.N.P.- O vosso voo é a sério?
Nós- Sim senhora, o nosso voo é a sério.
M.J.N.P.- Parece-me tudo muito EXTRA-ordinário.
Nós- Perdão?
M.J.N.P.- A viagem extraordinariamente invulgar Lisboa-Lisboa, é a sério?
Nós- Posso lhe garantir que o voo Lisboa-Lisboa é a sério e que vai ser com certeza de um êxito estrondoso.
M.J.N.P.- EU SOU UMA PESSOA SÉRIA!
Nós- Não duvido minha senhora.
M.J.N.P.- VOCÊ ESTÁ A GOZAR COMIGO?
Nós- Com certeza que não minha senhora.
M.J.N.P.- Arranje-me um lugar. AO LADO DE GENTE SÉRIA!
Nós- Desculpe, mas não precisa de gritar, consigo ouvi-la perfeitamente.
M.J.N.P.- ESTÁ A GOZAR COM A MINHA CARA? EU SOU UMA PESSOA SÉRIA!
Nós- ...peço desculpa...
M.J.N.P.- PONHA-ME NUM LUGAR SÉRIO; RODEADA DE GENTE SÉRIA!
(...)
Saturday, October 14, 2006
Lugar 18-D + 18-E + 18-F
MIGUEL SOMSEN
(excertos de e-mail, enviado pelo médico de família de Miguel Somsen)
(...)
"Miguel Carlos Somsen was born on 7 June 1967 in Lisbon, Portugal. He has Pnum [P467]."
(...)
Embora se confirme que o meu paciente sofra do síndroma raro Pnum (Pseudo-neurological-umbilical-masturbation), assim como a maior parte da sua família, como podemos verificar na página da internet: www.somsen.org, venho por este meio afirmar que a sua doença não é contagiosa. E que portanto, não há qualquer risco para a saúde pública, que o paciente Miguel Somsen partilhe o mesmo espaço fechado, que 549 passageiros, mais tripulação.
(...)
No entanto, para se precaverem de qualquer possível embaraço, aconselho a deixarem vagos os lugares contíguos ao seu.
(...)
(excertos de e-mail, enviado pelo médico de família de Miguel Somsen)
(...)
"Miguel Carlos Somsen was born on 7 June 1967 in Lisbon, Portugal. He has Pnum [P467]."
(...)
Embora se confirme que o meu paciente sofra do síndroma raro Pnum (Pseudo-neurological-umbilical-masturbation), assim como a maior parte da sua família, como podemos verificar na página da internet: www.somsen.org, venho por este meio afirmar que a sua doença não é contagiosa. E que portanto, não há qualquer risco para a saúde pública, que o paciente Miguel Somsen partilhe o mesmo espaço fechado, que 549 passageiros, mais tripulação.
(...)
No entanto, para se precaverem de qualquer possível embaraço, aconselho a deixarem vagos os lugares contíguos ao seu.
(...)
Tuesday, September 26, 2006
Lugar 17-D + 17-E + 17-F + 18-A + 18-B
MAFALDA PINTO
+
SOLANGE F.
+
ANA MALHOA
+
JOSÉ LUIS PEIXOTO
+
FERNANDO RIBEIRO
(excertos de apontamentos de José Luis Peixoto, intercalados com acontecimentos vividos na loja da Companhia Aérea Nós + mail de José Luís Peixoto para Fernando Ribeiro)
"A rapariga entra na loja e dirige-se ao balcão. É de uma vulgaridade estonteante, os cabelos loiros e um decote profundo tornam a sua feminilidade convidativa. Um dos empregados da loja tenta chamar-lhe a atenção, mas ela ignora-o e dirige-se à jovem Suzete. A conversa com Suzete é curta. E a compra do bilhete é feita rapidamente. Só no momento de pagar é que Mafalda, assim se chama a rapariga, começa a estender languidamente a sua conversa."
M.P.- E jornais, oferecem algum?
Nós- Temos uma vasta selecção de jornais e revistas, como por exemplo, o novo Sol ou as revistas Sábado e Premiére.
M.P.- Estou mais interessada nos jornais, porque estão mais associadas à mendicidade.
Nós- ...pois.
M.P.- Eu ando a fazer "research" sobre papéis que me interessa fazer, como mendiga, ou lésbica...
Nós- Mendiga? No avião?
M.P.- Mendiga ou lésbica. Temos que estar atentos porque a inspiração aparece em qualquer lugar, nunca se sabe.
"Suzete sorri e olha para a porta. A mulher que entra é a personificação da sua conversa com Mafalda. Os seus cabelos são cinzentos e estão espetados em todas as direcções. O seu andar é masculino, ela é o oposto de tudo o que Mafalda é. E precisamente o que Mafalda procura. A mulher apoxima-se, estanca atrás da rapariga e espera a sua vez de ser atendida. Mafalda vira-se e inicia o seu ataque."
M.P.- Desculpa, posso fazer uma pergunta indiscreta?
S.F.- Deixa-me adivinhar "F. é de quê?"
M.P.- Ah! Ah! Então deixa-me reformular a minha pergunta, F. é de fufa?
S.F. - Não. É de Fonga!
"A conversa termina. A rapariga não se sente satisfeita com o fracasso das suas investidas em relação a Solange, que entretanto terminou a conversa dirigindo-se a outro balcão. Mafalda sente-se frustrada e amaldiçoa Solange, deseja vingar-se dela. Deseja que ela seja humilhada. Deseja que ela morra. Suzete sorri e olha para a porta."
A.M.- Tam'ém kero ir no avião!
"Suzete atrapalhada chama a mulher para o balcão. A mulher chama-se Ana. Traz um fato de treino de cetim e um boné côr de rosa. E umas grandes argolas douradas que ofuscam os olhos de Mafalda. Mafalda examina esta mulher de alto a baixo, da chinela ao piercing no lábio."
A.M.- Tás a ólhar prá onde, ó?
"É a vez de Mafalda se atrapalhar e rapidamente pegar nas suas coisas para sair da loja. Mas algo faz com que se atrase ao sair da loja permitindo-lhe assim assistir ao momento seguinte. O momento em que Ana se dirige ao balcão e Solange se vira para sair da loja. Um momento visto em câmara lenta. O momento em que Ana e Solange se tocam por breves segundos."
A.M.- Ó fufa do karalho, não tens olhos na testa?!
S.F.- Vê mas é por onde é que andas!
A.M.- Ó puta, dou-te 1 pontapé no céu da boca, nunca + dizes os Fs!
S.F.- Dá lá!
(...)
"Fernando:
Junto envio-te uns apontamentos sobre uma cena que assisti numa loja duma companhia aérea. Gostava que fizesses uma música a partir deste ambiente que é tão forte. Estou um bocado desesperado. Não tenho tempo para escrever um livro sobre isto. Pedi ao Meridional para eles fazerem uma peça, mas eles dizem que se afasta demasiado do universo deles. Os Stan também não estão interessados. Restas-me tu. Faz-me esse favorzinho.
Bjs
Zé"
+
SOLANGE F.
+
ANA MALHOA
+
JOSÉ LUIS PEIXOTO
+
FERNANDO RIBEIRO
(excertos de apontamentos de José Luis Peixoto, intercalados com acontecimentos vividos na loja da Companhia Aérea Nós + mail de José Luís Peixoto para Fernando Ribeiro)
"A rapariga entra na loja e dirige-se ao balcão. É de uma vulgaridade estonteante, os cabelos loiros e um decote profundo tornam a sua feminilidade convidativa. Um dos empregados da loja tenta chamar-lhe a atenção, mas ela ignora-o e dirige-se à jovem Suzete. A conversa com Suzete é curta. E a compra do bilhete é feita rapidamente. Só no momento de pagar é que Mafalda, assim se chama a rapariga, começa a estender languidamente a sua conversa."
M.P.- E jornais, oferecem algum?
Nós- Temos uma vasta selecção de jornais e revistas, como por exemplo, o novo Sol ou as revistas Sábado e Premiére.
M.P.- Estou mais interessada nos jornais, porque estão mais associadas à mendicidade.
Nós- ...pois.
M.P.- Eu ando a fazer "research" sobre papéis que me interessa fazer, como mendiga, ou lésbica...
Nós- Mendiga? No avião?
M.P.- Mendiga ou lésbica. Temos que estar atentos porque a inspiração aparece em qualquer lugar, nunca se sabe.
"Suzete sorri e olha para a porta. A mulher que entra é a personificação da sua conversa com Mafalda. Os seus cabelos são cinzentos e estão espetados em todas as direcções. O seu andar é masculino, ela é o oposto de tudo o que Mafalda é. E precisamente o que Mafalda procura. A mulher apoxima-se, estanca atrás da rapariga e espera a sua vez de ser atendida. Mafalda vira-se e inicia o seu ataque."
M.P.- Desculpa, posso fazer uma pergunta indiscreta?
S.F.- Deixa-me adivinhar "F. é de quê?"
M.P.- Ah! Ah! Então deixa-me reformular a minha pergunta, F. é de fufa?
S.F. - Não. É de Fonga!
"A conversa termina. A rapariga não se sente satisfeita com o fracasso das suas investidas em relação a Solange, que entretanto terminou a conversa dirigindo-se a outro balcão. Mafalda sente-se frustrada e amaldiçoa Solange, deseja vingar-se dela. Deseja que ela seja humilhada. Deseja que ela morra. Suzete sorri e olha para a porta."
A.M.- Tam'ém kero ir no avião!
"Suzete atrapalhada chama a mulher para o balcão. A mulher chama-se Ana. Traz um fato de treino de cetim e um boné côr de rosa. E umas grandes argolas douradas que ofuscam os olhos de Mafalda. Mafalda examina esta mulher de alto a baixo, da chinela ao piercing no lábio."
A.M.- Tás a ólhar prá onde, ó?
"É a vez de Mafalda se atrapalhar e rapidamente pegar nas suas coisas para sair da loja. Mas algo faz com que se atrase ao sair da loja permitindo-lhe assim assistir ao momento seguinte. O momento em que Ana se dirige ao balcão e Solange se vira para sair da loja. Um momento visto em câmara lenta. O momento em que Ana e Solange se tocam por breves segundos."
A.M.- Ó fufa do karalho, não tens olhos na testa?!
S.F.- Vê mas é por onde é que andas!
A.M.- Ó puta, dou-te 1 pontapé no céu da boca, nunca + dizes os Fs!
S.F.- Dá lá!
(...)
"Fernando:
Junto envio-te uns apontamentos sobre uma cena que assisti numa loja duma companhia aérea. Gostava que fizesses uma música a partir deste ambiente que é tão forte. Estou um bocado desesperado. Não tenho tempo para escrever um livro sobre isto. Pedi ao Meridional para eles fazerem uma peça, mas eles dizem que se afasta demasiado do universo deles. Os Stan também não estão interessados. Restas-me tu. Faz-me esse favorzinho.
Bjs
Zé"
Lugar 17-C
LEONEL VIEIRA
(excerto de artigo da revista aérea [Nós #1])
(...)
NÓS temos uma vasta selecção de filmes a bordo. Meticulosamente escolhidos pelo realizador de "A Bomba", Leonel Vieira.
O famoso realizador português teve a original ideia de escolher filmes que têm pouca visibilidade no comum avião. Com a aviação como tema, uma vasta selecção de filmes foi feita incluíndo títulos como "Fearless", "Final Destination" ou "Alive", e ainda episódios escolhidos da série "Lost" e os recentes "Flight Plan", "Red Eye", "United 93" e "Snakes on a Plane". Leonel Vieira promete mexer com o espectador do avião, apanhando-o de surpresa.
(...)
(excerto de artigo da revista aérea [Nós #1])
(...)
NÓS temos uma vasta selecção de filmes a bordo. Meticulosamente escolhidos pelo realizador de "A Bomba", Leonel Vieira.
O famoso realizador português teve a original ideia de escolher filmes que têm pouca visibilidade no comum avião. Com a aviação como tema, uma vasta selecção de filmes foi feita incluíndo títulos como "Fearless", "Final Destination" ou "Alive", e ainda episódios escolhidos da série "Lost" e os recentes "Flight Plan", "Red Eye", "United 93" e "Snakes on a Plane". Leonel Vieira promete mexer com o espectador do avião, apanhando-o de surpresa.
(...)
Monday, September 25, 2006
Lugar 17-A
MARGARIDA REBELO PINTO
(excerto de chamada telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
M.R.P.- Boa tarde. Daqui fala A Margarida Rebelo Pinto.
Nós- Sim, boa tarde.
M.R.P.- ...
Nós- ...sim, boa tarde?
M.R.P.- Está a ver quem eu sou?
Nós- Estou sim, boa tarde.
M.R.P.- A escritora...
Nós- Sim sim, boa tarde.
M.R.P.- Boa tarde...
Nós- ...
M.R.P.- Está a ver o que eu eu escrevo?
Nós- Sim sim sim...
M.R.P.- ...o que se chama vulgarmente de "literatura cor de rosa".
Nós- Sim, sim...boa tarde...
M.R.P.- Pois quer que eu lhe diga uma coisa?
Nós- ...
M.R.P.- Eu estou farta de ser A Escritora-De-Livros-Cor-De-Rosa.
Nós- ...
M.R.P.- Quero passar a ser uma Grande-Colunista.
Nós- ...sim...
M.R.P.- Quer dizer, eu já escrevo no 24Horas...
Mas agora quero escrever sobre sexo. Quero ser a Carrie Bradshaw portuguesa. Quero ser a Sarah Jessica Parker do Momento. Andar a foder a torto e a direito e depois ter uma opinião sobre tudo. E dizê-la sem medos, tudo o que senti.
Por isso, o que eu queria saber era:
Se me pode dar uma lista de todos os passageiros do sexo masculino, para eu ver se encontro alguém, uma ou mais pessoas que me compensem a viagem.
Se ouver alguma mulher que valha a pena, pode incluí-la na lista, que eu pensarei no assunto.
E já agora se me pode dizer se o Pedro Granger já marcou um lugar, que eu quero ir ao lado dele.
Nós- ... bom...
M.R.P.- Marcou, ou não? O Pedro marcou ou não?
Nós- O Sr. Pedro Granger ainda não marcou, não senhora.
M.R.P.- É tão querido, chupava-o todo...
(...)
(excerto de chamada telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
M.R.P.- Boa tarde. Daqui fala A Margarida Rebelo Pinto.
Nós- Sim, boa tarde.
M.R.P.- ...
Nós- ...sim, boa tarde?
M.R.P.- Está a ver quem eu sou?
Nós- Estou sim, boa tarde.
M.R.P.- A escritora...
Nós- Sim sim, boa tarde.
M.R.P.- Boa tarde...
Nós- ...
M.R.P.- Está a ver o que eu eu escrevo?
Nós- Sim sim sim...
M.R.P.- ...o que se chama vulgarmente de "literatura cor de rosa".
Nós- Sim, sim...boa tarde...
M.R.P.- Pois quer que eu lhe diga uma coisa?
Nós- ...
M.R.P.- Eu estou farta de ser A Escritora-De-Livros-Cor-De-Rosa.
Nós- ...
M.R.P.- Quero passar a ser uma Grande-Colunista.
Nós- ...sim...
M.R.P.- Quer dizer, eu já escrevo no 24Horas...
Mas agora quero escrever sobre sexo. Quero ser a Carrie Bradshaw portuguesa. Quero ser a Sarah Jessica Parker do Momento. Andar a foder a torto e a direito e depois ter uma opinião sobre tudo. E dizê-la sem medos, tudo o que senti.
Por isso, o que eu queria saber era:
Se me pode dar uma lista de todos os passageiros do sexo masculino, para eu ver se encontro alguém, uma ou mais pessoas que me compensem a viagem.
Se ouver alguma mulher que valha a pena, pode incluí-la na lista, que eu pensarei no assunto.
E já agora se me pode dizer se o Pedro Granger já marcou um lugar, que eu quero ir ao lado dele.
Nós- ... bom...
M.R.P.- Marcou, ou não? O Pedro marcou ou não?
Nós- O Sr. Pedro Granger ainda não marcou, não senhora.
M.R.P.- É tão querido, chupava-o todo...
(...)
Lugar 16-E
PEDRO TOCHAS
(desmentido à comunicação social enviada pela Nós)
A Companhia Aérea Nós, vem por este meio esclarecer que NUNCA deu ao Sr. Pedro Tochas um cheque de 5000€ para ele embarcar no nosso voo experimental Lisboa-Lisboa, como foi noticiado pelas revistas TV7dias, Flash, Visão e SOL.
Queremos que fique claro que NÃO compramos pessoas, muito menos o Sr. Pedro Tochas. Estamos dispostos a receber da parte do Sr. Pedro Tochas o citado cheque para pagar danos de difamação, e um outro da mesma quantia, se quiser, de facto, viajar connosco. Esperamos sinceramente que o faça.
Nós
(desmentido à comunicação social enviada pela Nós)
A Companhia Aérea Nós, vem por este meio esclarecer que NUNCA deu ao Sr. Pedro Tochas um cheque de 5000€ para ele embarcar no nosso voo experimental Lisboa-Lisboa, como foi noticiado pelas revistas TV7dias, Flash, Visão e SOL.
Queremos que fique claro que NÃO compramos pessoas, muito menos o Sr. Pedro Tochas. Estamos dispostos a receber da parte do Sr. Pedro Tochas o citado cheque para pagar danos de difamação, e um outro da mesma quantia, se quiser, de facto, viajar connosco. Esperamos sinceramente que o faça.
Nós
Thursday, September 21, 2006
Lugar 14-E
PICOLÉ
(excerto de várias chamadas telefónicas)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Suzete.
P.- ... (faz gesto a acenar com a mão)...
Nós- Estou? Boa tarde?
P.- ... ... ... ... (gesticula amplamente)...
Nós- Estou? Está lá? Está-me a ouvir? Não oiço nada.
P.- ... ... ... (gesticula furiosamente)
Nós- Está? (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
P.- ... ... ...(faz gestos com os braços e com a cabeça)
Nós- Está? Está?
P.- ... ... (faz mímica intensa, puxa o nariz de palhaço, desenha um grande par de mamas)
Nós- Está? Está? Está? (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Suzete.
P.-... ...(gesticula muito, apalpa vidros invisíveis, deita a língua de fora)... ...
Nós- Estou? (para fora do bocal) Estão a gozar comigo. Estou?
P.- ... (faz muita mímica, dá saltos e cambalhotas)...
Nós- Deixe trabalhar quem trabalha! (desliga)
(excerto de várias chamadas telefónicas)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Suzete.
P.- ... (faz gesto a acenar com a mão)...
Nós- Estou? Boa tarde?
P.- ... ... ... ... (gesticula amplamente)...
Nós- Estou? Está lá? Está-me a ouvir? Não oiço nada.
P.- ... ... ... (gesticula furiosamente)
Nós- Está? (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
P.- ... ... ...(faz gestos com os braços e com a cabeça)
Nós- Está? Está?
P.- ... ... (faz mímica intensa, puxa o nariz de palhaço, desenha um grande par de mamas)
Nós- Está? Está? Está? (desliga)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Suzete.
P.-... ...(gesticula muito, apalpa vidros invisíveis, deita a língua de fora)... ...
Nós- Estou? (para fora do bocal) Estão a gozar comigo. Estou?
P.- ... (faz muita mímica, dá saltos e cambalhotas)...
Nós- Deixe trabalhar quem trabalha! (desliga)
Lugar 11-A e 11-B
ALEXANDRA SOLNADO
+
DEUS
(depoimentos à RTP, SIC e TVI sobre possível alucinação colectiva na Av. da Liberdade onde se situa a agência de viagens Nós)
Suzete Cardoso:
Começou com uma luz muito forte vinda da porta...
Ruben Carvalho:
...uma luz muito forte, branca entrou pela porta, uma luz que cega...
Carla Santos Moreira:
...eu não vi nada, porque eu sofro da vista e por isso fechei os olhos mal apareceu aquela luz, mas ouvi a voz...
S.C.:
...ouvi um estrondo. E depois comecei a perceber que era uma voz, uma voz grave e poderosa...
Lúis Bruno:
...ao princípio não consegui perceber as palavras, mas depois quando os ouvidos se começaram a habituar...
C.S.M.:
...eu nem conseguia abrir os olhos...
S.C.:
..."RESERVARÁS DOIS LUGARES PELO AMOR DE DEUS", ou qualquer coisa do género...
R.C.:
...disse: "MARCARÁS DOIS LUGARES EM NOME DE DEUS", e... ah "...E EM NOME DE ALEXANDRA SOLNADO"
C.S.M.:
"RESERVARÁS BILHETES PARA A ALEXANDRA SOLNADO"...foi impressionante.
L. B.: (para a câmara B) Alexandra Solnado, se estiver a ver, pode ligar para qualquer agência Nós. Precisamos do número do seu bilhete de identidade, ou passaporte.
+
DEUS
(depoimentos à RTP, SIC e TVI sobre possível alucinação colectiva na Av. da Liberdade onde se situa a agência de viagens Nós)
Suzete Cardoso:
Começou com uma luz muito forte vinda da porta...
Ruben Carvalho:
...uma luz muito forte, branca entrou pela porta, uma luz que cega...
Carla Santos Moreira:
...eu não vi nada, porque eu sofro da vista e por isso fechei os olhos mal apareceu aquela luz, mas ouvi a voz...
S.C.:
...ouvi um estrondo. E depois comecei a perceber que era uma voz, uma voz grave e poderosa...
Lúis Bruno:
...ao princípio não consegui perceber as palavras, mas depois quando os ouvidos se começaram a habituar...
C.S.M.:
...eu nem conseguia abrir os olhos...
S.C.:
..."RESERVARÁS DOIS LUGARES PELO AMOR DE DEUS", ou qualquer coisa do género...
R.C.:
...disse: "MARCARÁS DOIS LUGARES EM NOME DE DEUS", e... ah "...E EM NOME DE ALEXANDRA SOLNADO"
C.S.M.:
"RESERVARÁS BILHETES PARA A ALEXANDRA SOLNADO"...foi impressionante.
L. B.: (para a câmara B) Alexandra Solnado, se estiver a ver, pode ligar para qualquer agência Nós. Precisamos do número do seu bilhete de identidade, ou passaporte.
Wednesday, September 20, 2006
Lugar 13-C
MANUELA MOURA GUEDES
(excerto de chamada telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
M.M.G.- BOA TARDE, EU SOU A MANUELA MOURA GUEDES! Ahrgh....aahh....AARGh...(crack!)argh.
Nós- Estou? A senhora está bem?
M.M.G.- Estou, peço desculpa, quando abro muito a boca, o maxilar prende e às vezes custa a voltar ao sítio.
Nós- Mas agora está bem?
M.M.G.- Sim estou óptima! Eu queria marcar um lugar noAAAAAAHRGH!!!!!!!!!!! ...ARGH!... argh... Merda... rrgh... rompi a merda do lábio... Sancha! SANCHA!!!!! AAHRGH!!!!!...ahh...(crack!)argh... Sancha, traga-me um lenço ou qualquer coisa, que tenho o colagénio todo a escorrer do lábio...ahrgh.
Nós- Tem a certeza que está bem?
M.M.G.- ...isto às vezes acontece. AAAAAAAAAAAARGH!!!!!! (cabum!) AAIIIIIIIIIIRGHHHHHRRRRGGGGG!!!!!!! (trabum!cabrum!pum!) AAAAAIIIIIIIIIIIIIIIEEEEEEEEEEERRRRRRRRGGGGGGKHHHHHTYUEYRSRXGNCF/Q"G)/*b66djhdHH"#"%#(/&%R)(&/RE/!!!!!!!!!!!
Nós- Estou? Estou?!
S.- Está lá? Daqui fala a secretária da Dr. Manuela Moura Guedes.
Nós- Ela sente-se bem?
S.- Sim, sim, ela está só com convulsões, acontece-lhe por causa dos comprimidos. Efeitos secundários...
(...)
(excerto de chamada telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Carla.
M.M.G.- BOA TARDE, EU SOU A MANUELA MOURA GUEDES! Ahrgh....aahh....AARGh...(crack!)argh.
Nós- Estou? A senhora está bem?
M.M.G.- Estou, peço desculpa, quando abro muito a boca, o maxilar prende e às vezes custa a voltar ao sítio.
Nós- Mas agora está bem?
M.M.G.- Sim estou óptima! Eu queria marcar um lugar noAAAAAAHRGH!!!!!!!!!!! ...ARGH!... argh... Merda... rrgh... rompi a merda do lábio... Sancha! SANCHA!!!!! AAHRGH!!!!!...ahh...(crack!)argh... Sancha, traga-me um lenço ou qualquer coisa, que tenho o colagénio todo a escorrer do lábio...ahrgh.
Nós- Tem a certeza que está bem?
M.M.G.- ...isto às vezes acontece. AAAAAAAAAAAARGH!!!!!! (cabum!) AAIIIIIIIIIIRGHHHHHRRRRGGGGG!!!!!!! (trabum!cabrum!pum!) AAAAAIIIIIIIIIIIIIIIEEEEEEEEEEERRRRRRRRGGGGGGKHHHHHTYUEYRSRXGNCF/Q"G)/*b66djhdHH"#"%#(/&%R)(&/RE/!!!!!!!!!!!
Nós- Estou? Estou?!
S.- Está lá? Daqui fala a secretária da Dr. Manuela Moura Guedes.
Nós- Ela sente-se bem?
S.- Sim, sim, ela está só com convulsões, acontece-lhe por causa dos comprimidos. Efeitos secundários...
(...)
Tuesday, September 19, 2006
Lugar 12-E
RAQUEL FREIRE
(excerto de conversa telefónica)
(...)
Nós- Mais alguma questão em que lhe possa ser útil?
R.F.- Estão a pensar projectar Cinema?
Nós- Normalmente sim, passa um filme.
R.F.- Não pode ser.
Nós- Como?
R.F.- É um filme ou é CINEMA.
Nós- Vai passar um filme, mas não lhe sei dizer que filme é.
R.F.- De qualquer maneira, não pode passar filme nenhum.
Nós- Mas...
R.F.- Eu vou lhe explicar, eu sou REALIZADORA de CINEMA. E tenho um olhar MUITO especial, que eu sei que é especial, novo, fresco. Porque eu não vi muitos filmes, e por isso o meu olhar é um olhar VIRGEM.
Nós- Pois, mas...
R.F.- Você não quer que o meu olhar deixe de ser VIRGEM, projectando um filme QUALQUER.
Nós- Sim, mas...
R.F.- Mesmo que fosse CINEMA, só se fosse um filme do Glauber Rocha.
Nós- Compreendo, mas é uma questão de política da companhia...
R.F.- Está FORA de questão. Eu não vou manchar os meus olhos com um filme. A questão está encerrada.
Nós- Mas...
R.F.- Eu agora vou desligar, está bem?
(Desliga o telefone)
(excerto de conversa telefónica)
(...)
Nós- Mais alguma questão em que lhe possa ser útil?
R.F.- Estão a pensar projectar Cinema?
Nós- Normalmente sim, passa um filme.
R.F.- Não pode ser.
Nós- Como?
R.F.- É um filme ou é CINEMA.
Nós- Vai passar um filme, mas não lhe sei dizer que filme é.
R.F.- De qualquer maneira, não pode passar filme nenhum.
Nós- Mas...
R.F.- Eu vou lhe explicar, eu sou REALIZADORA de CINEMA. E tenho um olhar MUITO especial, que eu sei que é especial, novo, fresco. Porque eu não vi muitos filmes, e por isso o meu olhar é um olhar VIRGEM.
Nós- Pois, mas...
R.F.- Você não quer que o meu olhar deixe de ser VIRGEM, projectando um filme QUALQUER.
Nós- Sim, mas...
R.F.- Mesmo que fosse CINEMA, só se fosse um filme do Glauber Rocha.
Nós- Compreendo, mas é uma questão de política da companhia...
R.F.- Está FORA de questão. Eu não vou manchar os meus olhos com um filme. A questão está encerrada.
Nós- Mas...
R.F.- Eu agora vou desligar, está bem?
(Desliga o telefone)
Lugar 10-D
JOÃO AFONSO
(excerto de conversa telefónica)
(...)
J.A.- ...e diga-me, eu tenho um colarzinho de missangas, acha que ele não corre o risco de rebentar, com a pressãozinha atmosférica e isso tudo?
Nós- Não. Não me parece.
J.A.- É que eu sou uma pessoa modesta e não estou habituado a andar de avião.
Nós- Sim...
J.A.- Eu sou uma pessoa modesta. Mesmo quando faço as minhas tournézinhas, vamos sempre na minha renaultzinha 4L. Porque entre músicos, manager, técnicos de som, roadies e tudo o mais, somos três pessoas.
Nós- Sim (risos)...
J.A.- Também, são concertos modestos, nunca têm muita gente.
Nós- ...(risos abafados)
J.A.- Às vezes lá pára uma ou outra pessoa, para ver, mas nunca fica muito tempo.
Nós- (RISOS)
(...)
(excerto de conversa telefónica)
(...)
J.A.- ...e diga-me, eu tenho um colarzinho de missangas, acha que ele não corre o risco de rebentar, com a pressãozinha atmosférica e isso tudo?
Nós- Não. Não me parece.
J.A.- É que eu sou uma pessoa modesta e não estou habituado a andar de avião.
Nós- Sim...
J.A.- Eu sou uma pessoa modesta. Mesmo quando faço as minhas tournézinhas, vamos sempre na minha renaultzinha 4L. Porque entre músicos, manager, técnicos de som, roadies e tudo o mais, somos três pessoas.
Nós- Sim (risos)...
J.A.- Também, são concertos modestos, nunca têm muita gente.
Nós- ...(risos abafados)
J.A.- Às vezes lá pára uma ou outra pessoa, para ver, mas nunca fica muito tempo.
Nós- (RISOS)
(...)
Lugar 10-B e 10-C
CARLOS CASTRO
+
DIOGO MARTINS
(excerto de chamada telefónica)
(...)
Nós- Então e o segundo bilhete fica em que nome?
C.C.- Ai, não sei. Tem que ser o nome verdadeiro?
Nós- Sim. Vai ter que apresentar uma identificação válida, bilhete de identidade ou passaporte.
C.C.- Ai é que eu não sei o nome verdadeiro dele, ele na Floribella chama-se Martim.
Nós- Pois, mas precisamos do primeiro e último nomes, verdadeiros.
C.C.- Fritzenwalden. Martim Fritzenwalden.
Nós- Mas isso é o nome na novela. Eu preciso do verdadeiro.
C.C.- Nos Morangos ele era o Dani.
Nós- Vamos fazer assim, eu guardo-lhe agora a reserva e você liga-lhe a perguntar.
C.C.- É que eu queria que fosse uma surpresa para ele. Ele não sabe.
Nós- Ele não é um menor?
C.C.- Sim, eu acho que sim.
Nós- Então ligue para os pais dele. De qualquer maneira, vai precisar de uma carta da parte deles a autorizá-lo a ir consigo.
C.C.- A sério? Não me diga que os pais dele também precisam de saber?
(...)
+
DIOGO MARTINS
(excerto de chamada telefónica)
(...)
Nós- Então e o segundo bilhete fica em que nome?
C.C.- Ai, não sei. Tem que ser o nome verdadeiro?
Nós- Sim. Vai ter que apresentar uma identificação válida, bilhete de identidade ou passaporte.
C.C.- Ai é que eu não sei o nome verdadeiro dele, ele na Floribella chama-se Martim.
Nós- Pois, mas precisamos do primeiro e último nomes, verdadeiros.
C.C.- Fritzenwalden. Martim Fritzenwalden.
Nós- Mas isso é o nome na novela. Eu preciso do verdadeiro.
C.C.- Nos Morangos ele era o Dani.
Nós- Vamos fazer assim, eu guardo-lhe agora a reserva e você liga-lhe a perguntar.
C.C.- É que eu queria que fosse uma surpresa para ele. Ele não sabe.
Nós- Ele não é um menor?
C.C.- Sim, eu acho que sim.
Nós- Então ligue para os pais dele. De qualquer maneira, vai precisar de uma carta da parte deles a autorizá-lo a ir consigo.
C.C.- A sério? Não me diga que os pais dele também precisam de saber?
(...)
Monday, September 18, 2006
Lugar 9-F
ANA ROCHA
(excerto de conversa telefónica)
(...)
A.R.- O que é que eu queria perguntar mais? Ah! Têm algum código para a roupa?
Nós- Não...pode vestir o que quiser.
A.R.- O que eu queria dizer é... Bem, eu às vezes sofro um bocado com o calor e por isso gosto de usar roupa curta.
Nós- Sabe, nós deixamos ao critério de cada qual como se vestir.
A.R.- E... roupa nenhuma?
Nós- Bom. Isso não é aconselhável.
A.R.- Então têm um código.
Nós- Bom... o código da decência?
A.R.- O que é que seria um limite? Assim, a não ultrapassar?
Nós- ...os mamilos?
A.R.- Ah! 'tá bem. Eu tenho umas coisas para isso.
(...)
(excerto de conversa telefónica)
(...)
A.R.- O que é que eu queria perguntar mais? Ah! Têm algum código para a roupa?
Nós- Não...pode vestir o que quiser.
A.R.- O que eu queria dizer é... Bem, eu às vezes sofro um bocado com o calor e por isso gosto de usar roupa curta.
Nós- Sabe, nós deixamos ao critério de cada qual como se vestir.
A.R.- E... roupa nenhuma?
Nós- Bom. Isso não é aconselhável.
A.R.- Então têm um código.
Nós- Bom... o código da decência?
A.R.- O que é que seria um limite? Assim, a não ultrapassar?
Nós- ...os mamilos?
A.R.- Ah! 'tá bem. Eu tenho umas coisas para isso.
(...)
Lugar 9-E
EDGAR PÊRA
(excerto de conversa telefónica)
(...continuação)
Nós- Portanto é um bilhete em nome de?
J.A.D.- ...ai... Joana... oh Edgar, que chato. Olhe que assim não o deixo ir comigo.
Nós- Joana. Último nome?
J.A.D.- Ó EDGAR!! Pare de filmar!! Você atreva-se a pôr as minhas mamas num dos seus filmes, pá.
Nós- Estou?
J.A.D.- Sim, sim. Olhe eram dois bilhetes, mas o Edgar está-se a portar mal...Dê cá o telefone...
E.P.- Olha, marca-me um também...
J.A.D.- Desculpe... São dois bilhetes...Edgar, você é mesmo um realizador facista!
E.P.- As tuas mamas, com a distorção, também não se vê nada!
(...)
(excerto de conversa telefónica)
(...continuação)
Nós- Portanto é um bilhete em nome de?
J.A.D.- ...ai... Joana... oh Edgar, que chato. Olhe que assim não o deixo ir comigo.
Nós- Joana. Último nome?
J.A.D.- Ó EDGAR!! Pare de filmar!! Você atreva-se a pôr as minhas mamas num dos seus filmes, pá.
Nós- Estou?
J.A.D.- Sim, sim. Olhe eram dois bilhetes, mas o Edgar está-se a portar mal...Dê cá o telefone...
E.P.- Olha, marca-me um também...
J.A.D.- Desculpe... São dois bilhetes...Edgar, você é mesmo um realizador facista!
E.P.- As tuas mamas, com a distorção, também não se vê nada!
(...)
Lugar 9-D
JOANA AMARAL DIAS
(excerto de conversa telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Suzete.
J.A.D.- Boa tarde, que orientação tem o vosso voo?
Nós- Não compreendo, que orientação em que sentido?
J.A.D.- Quero saber se é um voo de esquerda!
Nós- Esquerda...política?
J.A.D.- Sim, quer dizer, eu não quero ir num avião cheio de facistas!
Nós- Bem, eu acho que a companhia é relativamente apolítica.
J.A.D.- Veja lá, é que eu não suporto facistas!
Nós- Sabe, nós não costumamos questionar os nossos clientes sobre as suas preferências políticas, por isso não lhe posso garantir, que não haja pessoas de "direita" no voo, ou ditos "fascistas".
J.A.D.- Estou a ver...
Nós- ...
J.A.D.- ...ai Edgar, pare lá de me filmar, pá.
Nós- Estou?
J.A.D.- Sim, marque-me um bilhete à mesma.
(continua...)
(excerto de conversa telefónica)
Nós- Nós boa tarde, está a falar com a Suzete.
J.A.D.- Boa tarde, que orientação tem o vosso voo?
Nós- Não compreendo, que orientação em que sentido?
J.A.D.- Quero saber se é um voo de esquerda!
Nós- Esquerda...política?
J.A.D.- Sim, quer dizer, eu não quero ir num avião cheio de facistas!
Nós- Bem, eu acho que a companhia é relativamente apolítica.
J.A.D.- Veja lá, é que eu não suporto facistas!
Nós- Sabe, nós não costumamos questionar os nossos clientes sobre as suas preferências políticas, por isso não lhe posso garantir, que não haja pessoas de "direita" no voo, ou ditos "fascistas".
J.A.D.- Estou a ver...
Nós- ...
J.A.D.- ...ai Edgar, pare lá de me filmar, pá.
Nós- Estou?
J.A.D.- Sim, marque-me um bilhete à mesma.
(continua...)
Sunday, September 17, 2006
Lugar 8-C
NUNO LOPES
(Excerto de depoimento de testemunha ocular do incidente na loja da Companhia Aérea Nós na Av. da Liberdade, número 274)
O homem entrou a correr dentro da loja, como se estivesse a fugir de alguém, e escondeu-se junto do balcão. Depois voltou a levantar-se, foi junto da porta, espreitou e voltou a esconder-se. Eu perguntei-lhe se ele estava bem. Ele disse "sim, sim" e ficou ali, a tremer as pernas e a morder a mão (...) eu aproximei-me dele e perguntei se precisava de ajuda, ele perguntou se podia ficar só ali durante um bocado, e eu respondi-lhe que sim. A minha colega Suzete trouxe-lhe um copo de àgua, mas ele não bebeu. Ficou pelo menos uma meia hora sem se mexer. (...) De repente a minha colega perguntou-lhe qualquer coisa e ele levantou-se, pegou no computador dela e atirou-o ao chão. Foi quando chamaram a polícia. Eu corri para ele e agarrei-o com a ajuda do Rúben, o segurança, enquanto ele esperneava e gritava. Nós imobilizámo-lo, ele ficou calmo, fechou os olhos e depois ficou normal. Sentou-se numa cadeira pediu desculpa e ficou calado. Eu aproximei-me dele, passado um pouco começou a chorar e começou a dizer que tinha medo. E depois disse "às vezes tenho tanto medo de nunca chegar a ganhar um óscar, porque este país é tão pequeno e é tão difícil ser se reconhecido". E eu até o compreendo, mas (...)
(Excerto de depoimento de testemunha ocular do incidente na loja da Companhia Aérea Nós na Av. da Liberdade, número 274)
O homem entrou a correr dentro da loja, como se estivesse a fugir de alguém, e escondeu-se junto do balcão. Depois voltou a levantar-se, foi junto da porta, espreitou e voltou a esconder-se. Eu perguntei-lhe se ele estava bem. Ele disse "sim, sim" e ficou ali, a tremer as pernas e a morder a mão (...) eu aproximei-me dele e perguntei se precisava de ajuda, ele perguntou se podia ficar só ali durante um bocado, e eu respondi-lhe que sim. A minha colega Suzete trouxe-lhe um copo de àgua, mas ele não bebeu. Ficou pelo menos uma meia hora sem se mexer. (...) De repente a minha colega perguntou-lhe qualquer coisa e ele levantou-se, pegou no computador dela e atirou-o ao chão. Foi quando chamaram a polícia. Eu corri para ele e agarrei-o com a ajuda do Rúben, o segurança, enquanto ele esperneava e gritava. Nós imobilizámo-lo, ele ficou calmo, fechou os olhos e depois ficou normal. Sentou-se numa cadeira pediu desculpa e ficou calado. Eu aproximei-me dele, passado um pouco começou a chorar e começou a dizer que tinha medo. E depois disse "às vezes tenho tanto medo de nunca chegar a ganhar um óscar, porque este país é tão pequeno e é tão difícil ser se reconhecido". E eu até o compreendo, mas (...)
Lugar 7-F
CARLA CHAMBEL
(excerto de conversa telefónica)
C.C.- Vamos para onde?
Nós- Como?
C.C.- Vamos para onde, neste avião?
Nós- Para Lisboa.
C.C.- Diga "longe". Vamos para onde?
Nós- ...
C.C.-...neste avião?
Nós- ...descul...
C.C.- Diga "longe".
Nós- longe?
C.C.- Sim, boa. Vamos repetir. Vamos para onde?
Nós- ...longe.
C.C.- E onde é que isso fica? Diga "perto".
Nós- perto...
C.C.- Vá agora vamos fazer tudo seguido...
(...)
(excerto de conversa telefónica)
C.C.- Vamos para onde?
Nós- Como?
C.C.- Vamos para onde, neste avião?
Nós- Para Lisboa.
C.C.- Diga "longe". Vamos para onde?
Nós- ...
C.C.-...neste avião?
Nós- ...descul...
C.C.- Diga "longe".
Nós- longe?
C.C.- Sim, boa. Vamos repetir. Vamos para onde?
Nós- ...longe.
C.C.- E onde é que isso fica? Diga "perto".
Nós- perto...
C.C.- Vá agora vamos fazer tudo seguido...
(...)